Intercambistas e cultura
- portaufrr
- 6 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
Quando se fala em intercâmbio no universo acadêmico, geralmente se pensa na aquisição de novos conhecimentos, em um estado ou país diferente, e nessa aquisição de novos conhecimentos em um lugar diferente está atrelada a descoberta de novas culturas, novos saberes, religiões, crenças e costumes um tanto diferente que a do intercambistas. Essa tem sido uma realidade constante na Universidade Federal de Roraima, que conta atualmente com vários intercambistas em seu quadro de discentes, de diversos países. Além dos intercambistas já formados que regressaram ao seu país de origem.

Chegar a um país e constatar uma realidade bem diferente que a do seu país de origem é o primeiro choque. Um choque de cultura, de valores e costumes diferentes. No entanto, esse parece ser um dos menores problemas diante de uma série de outros choques e desafios que o intercambista tem pela frente. A cultura e a religião do intercambista ganha maior destaque levando em consideração que agrega valores, idiomas, costumes e crenças.
Abdulai Ismail, recém-formado do Curso de Economia, foi intercambista na Universidade Federal de Roraima e afirma que seus primeiros dias no Brasil, mais especificamente em Boa Vista-RR não foram fáceis: “com relação ao idioma não tive muita dificuldade de adaptação por que falo muito bem o português. A minha religião e a minha cultura eram respeitadas por boa parte dos meus amigos, no entanto, alguns nem queriam saber da minha cultura e ignoravam minhas origens”, afirma o ex-aluno, que se formou recentemente e já regressou ao seu país de origem a Guiné Bissau.
O caso de Abdulai é apenas mais um entre os vários casos de choque de realidade cultural que os intercambistas enfrentam na Universidade Federal de Roraima. A visão eurocêntrica ainda persiste no meio acadêmico, a religião e a cultura do outro pouco importam, e uma vez manifestada é recebida com indiferença, apesar de muitos demonstrarem interesse, a maioria ignora. Essa realidade não acontece somente com os intercambista. Os alunos indígenas também sofrem bastante com a ignorância cultural de outros estudantes.
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